O Censo da Educação Superior, divulgado nesta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), dimensionou a expansão da Educação à Distância (EAD) no país. Em dez anos, o número de estudantes passou de 49 mil para 1,1 milhão, colocando a modalidade como responsável por mais de 15% de todas as matrículas em ensino superior. Em 2003, apenas 1,2% dos diplomas eram entregues a quem aprendia por computador.
— A procura têm crescido tanto em cidades do interior, onde nem sempre
há variedade de cursos presenciais, quanto nas capitais, em razão da
falta de tempo da população e à dificuldade de deslocamento — avalia
Waldomiro Loyolla, presidente do Conselho Científico da Associação
Brasileira de Educação a Distância (Abed).
Loyolla também atribui
a alta procura ao perfil da geração que esta chegando às universidades,
mais familiarizada com novas tecnologias e compartilhamento de
conhecimento pela internet. Embora sem a mesma volúpia, o crescimento do
EAD deve continuar no Brasil, projeta Waldomiro: em alguns países
desenvolvidos, como Holanda e Finlândia, 30% dos formados são por cursos
remotos.
Modalidades mais rápidas de cursos têm impulsionado o
ensino superior nos últimos anos — de 2012 para 2013, o número de
matrículas cresceu 4% —, mas não são as únicas responsáveis pelo
movimento. A propagação de universidades particulares e a maturação de programas federais como Fies e Prouni
têm aberto mais espaço para estudantes das classes C e D ingressarem na
faculdade, avalia Nei Lazzari, reitor da Univates e presidente do
Consórcio das Universidades Comunitárias Gaúchas (Comung).
Fonte: Zero Hora.